terça-feira, 21 de outubro de 2008

Pontos de ônibus: pontos de perigo.


Por Diego Bellizzi


Se o transporte coletivo já não é confortável, com ônibus cheios e horários irregulares, imagine o quanto é sacrificante aguardá-lo de pé, principalmente em dias de chuva, em paradas mal posicionadas e muitas vezes com o campo de visão prejudicado por vários obstáculos. O crescimento desordenado da cidade, as falhas de sinalização e posicionamento do mobiliário urbano contribuem para piorar a vida do cidadão que depende do transporte público. Em muitos lugares postes, carros estacionados ou até mesmo uma banca de jornal estrategicamente (mal) posicionada ilustram esse problema.





É o caso da Estrada de Jacarepaguá e da Rua Ituverava, duas das principais vias do bairro da Freguesia. Por lá, grande parte dos pontos de ônibus têm obstáculos que impedem os passageiros de aguardarem o transporte no local definido pela engenharia. Em um caso mais esdrúxulo, na Gardênia Azul, o local de espera de condução fica sobre a ciclovia. No início da Avenida Airton Senna, já na Barra, o motorista se depara com congestionamento crônico pela manhã por causa de um ponto de ônibus mal localizado em frente ao complexo Sesc/Senac. Uma banca de jornal em frente ao supermercado Prezunic, na Freguesia, atrapalha a visão de quem aguarda a condução e do motorista do ônibus, que pode acabar não vendo quem o aguarda.





"Não são só os passageiros que sofrem com estes absurdos, os motoristas também, na medida em que as bancas de jornal, muitas delas, obstruem o a visão deles, em várias esquinas e curvas", diz o engenheiro de tráfego Celso Franco, que vai mais além e critica as autoridades que tomam conta da malha viária atual: "O Código de Trânsito não dá autoridade para que se interfira nos equipamentos urbanos colocados sobre as calçadas, uma vez que a sua abrangência se restringe às via de tráfego, no entanto, deveriam as autoridades, se fossem diligentes ou competentes, ter atenção ao local onde colocam as paradas de coletivos".





Para a universitária Bruna Menezes, muitos pontos são mal posicionados e há risco de acidentes: "Quase morro atropelada algumas vezes, pois tenho que ir até o meio da rua para poder fazer o sinal e ser avistada pelo motorista", afirma ela, que anda de transporte público ou alternativo frequentemente. A produtora Graça Paes também reclama do posicionamento de algumas paradas, "Eu fico muito incomodada com paradas de ônibus que possuem espaço para apenas um coletivo. Penso que deveria haver espaço para mais coletivos, pois muitas vezes o passageiro é obrigado a cruzar a frente de um coletivo para o embarque, quando não perde o mesmo por conta da falta de visão do motorista. Há vezes que eles (motoristas) param no meio da rua e você é obrigado a ir".





Enquanto essa situação não muda, resta ao passageiro redobrar a atenção quando estiver em pontos de ônibus. Ele deve estar atento ao coletivo que se aproxima e à sua própria segurança.